"Let's just finish this." – Jax
Confesso que foi com alguma apreensão que ontem fui ver este episódio 3x13 - “NS”, o último desta terceira temporada. Sobretudo devido à frustração que me causou alguns dos episódios anteriores.
(AVISO: a partir daqui o texto contém SPOILERS...)
Os problemas causados pela ida de SAMCRO para Belfast, o desenrolar do drama dos Sons em torno do resgate de Abel com voltas e reviravoltas algo absurdas, a introdução das novas personagens irlandesas (os actores contratados para o efeito até davam as necessárias garantias de sucesso), o pouco tempo dedicado a explicar melhor a história e o ambiente que rodeava SAMBEL, levaram a algumas falhas incompreensíveis e cenas pouco credíveis, dignas de uma novela TVI.
Contudo, se algo de positivo Belfast trouxe à série foi o facto de se ter aberto um pouco mais a porta do passado. Foram desvendadas mentiras e alguns segredos foram revelados, o que permite uma exploração maior do mistério que envolve a morte de John Teller e da subida ao poder de Clay Morrow ao lado de Gemma já na próxima season.
Jax estava desde o início da temporada preso a um acordo que fez com a Agent Stahl. E não podia falhar, pois corria o risco de perder tudo: a mãe iria presa condenada por homicídio e SAMCRO iria cumprir a pena pesada de prisão que fora decretada anteriormente. Pior ainda: seria descoberto e considerado um “rato”, um delator dos parceiros de SAMCRO (o IRA verdadeiro) no tráfico de armas, em suma, seria um enorme traidor dos Sons. E iria certamente pagar com a vida tal desfeita, tal ousadia.
Para atrapalhar os planos, Jax tinha em mente um propósito ainda maior: resgatar o filho. Foi desesperante!
Mas Jax também sabia que não podia confiar na ATF e na Agent Stahl, mulher sem escrúpulos que não olha a meios para atingir os fins. E é aqui que a inteligência de Kurt Sutter nos brinda com um Twist maravilhoso: afinal Jax contou tudo a SAMCRO. E o clube decidiu ajuda-lo a tornar tudo aquilo numa grandiosa encenação, desde o princípio, com um único objectivo: tramar de vez a Agent Stahl e salvar Gemma e os membros do clube da prisão por muitos e bons anos…
Tudo isto dá uma dimensão ainda maior à irmandade e ao espírito de ajuda entre os membros de SAMCRO. Afinal, esta é a base que sustenta o clube.
Eu não estava à espera. Na verdade, até ao último momento tudo parecia indicar que a desgraça e a ruína se abatera sobre a vida de Jax quando este, naturalmente traído pela Agent Stahl, viu o seu plano desmacarado em frente a todos os Sons que o sentenciaram de morte imediatamente. Puro teatro.
E aqui podemos perguntar: bom, mas se os Sons sabiam dos planos de Jax, qual foi o momento exacto em que Jax os deu a conhecer ao clube? Foi sempre esse o seu plano ou SAMCRO é que decidiu que seria assim? Valerá mesmo a pena saber, agora que tudo terminou?
A minha resposta é: Não. Da minha parte, fiquei muito satisfeito com a resolução final desta temporada. Só de pensar que tudo o que aconteceu foi encenado, que foi propositado, é uma jogada de génio de Kurt Sutter. Fiquei agradavelmente surpreendido com a reviravolta, com as mortes da Agent Stahl e do Jimmy O'Phelan (cada um deles morto por quem devia e pela forma que devia, com justiça) e fiquei sem palavras, quase sem fôlego, quando o episódio acabou.
E, isto, meus caros, é o que me faz prender a uma série, o que realmente me cativa: saber que uma temporada até pode ter muitas falhas, mas que não perdeu a capacidade de me surpreender e de me fazer sentir imensa vontade de ver um novo episódio que, infelizmente, só vai chegar em Setembro do ano que vem.
A espera vai ser agoniante e longa... mas vai valer a pena. De certeza.
FOREVER SAM CROW!